quinta-feira, 28 de julho de 2011

laços


Hoje decidi ser um pouquinho melodramática, e deixar aqui algo um bocado pessoal.

Ultimamente ando a pensar bastante em tudo aquilo que fiz até hoje.
Para os que me conhecem há mais tempo, sabem que tive fases extremamente depressivas, e fases extremamente felizes e fazer em que simplesmente não sabia o que pensar.
Como agora.
Apenas tive duas amigas, quando era miúda, a Tânia e a Dália, para casa de que eu fugia de vez em quando as coisas cá em casa ficavam pretas.
Eram as únicas miúdas simpáticas da minha vida, e foram as únicas pessoas caídas do céu que me estenderam a mão e ate hoje, são as melhores e mais constantes pessoas que alguma vez irei ter, e provavelmente umas daquelas a quem eu recorreria  e quereria ao pé de mim se tivesse um problema grave, são as minhas irmãs(de outra cor. Hihi)
Relembro-me de quando entrei para a António Arroio. Acho que foi o dia mais marcante da minha vida. Lembro-me de cada pormenor. A roupa que usei (que ainda guardo) os sapatos que calcei, os atacadores que me tiraram, as praxes e o cheiro delas, o discurso do meu Director de turma, a primeira vista dos meus colegas, a minha fuga da escola atrás do Alexandre que era da minha turma e ninguém se atreveu a praxar(haha).
Os dias que passeava com a Mafalda, o dia que conheci a Beatriz (aka ichigo), a forma como ela não descansou ate eu passar a estar com ela TODOS os intervalos, a maneira como os meus colegas lentamente deixaram de falar connosco por nos acharem estranhas, e a maneira como pela primeira vez, eu não quis saber.  A Beatriz era uma lufada de ar fresco na minha vida, longe das depressões e pensamentos negativos e roupa preta, ela usava todas as cores que a paleta permitia e mais algumas misturas estranhas, pulava, cantava, e ria-se a toa a hora, e eu comecei a querer ser assim. É uma pessoa que, eu duvido que saiba a influência que teve na minha vida. Eu, a durona que não queria mostrar a minha insegurança e fragilidade a mais ninguém.
Ao longo dos meus longos anos na secundaria, os mais marcantes que tive, aprendi a lidar com vários problemas, e com varias pessoas, e orgulho-me de poder dizer, que aquilo em que me esforcei mais e mantive mais firme, foi a maneira como apesar de tudo, sempre tive imensa consideração pelos meus amigos e pelos outros, nunca andei atrás de guerras, nunca tive sequer ciúmes pois estava demasiado ocupada a sentir-me feliz pela felicidade dos meus amigos, porque embora muitos não acreditem, é o tipo de pessoa que sou, sempre fui, e provavelmente sempre vou ser. É também esta a minha faceta que vai fazer com que ate ao fim da minha vida, eu esteja sempre demasiado cega para ver quando alguém por que sinta qualquer tipo de afecto, me vai virar as costas e abrir feridas que eu fecho com esforço.
Um exemplo:
Há uns anos, durante o secundário, ajudei uma das pessoas que maior lição me ensinaram na vida, dei-lhe abrigo, dei-lhe tempo, dei-lhe apoio e dei-lhe afecto, ou pelo menos fiz o meu melhor para tal, apenas para depois, sem eu perceber bem porque, porque essa pessoa nunca se explicou, ela deixar de falar comigo, de todo. E ultimamente ando a descobrir o quanto essa pessoa me detestava, não sei bem porquê… nem sei bem o que lhe dizer seja em qual for a situação, até mesmo um bom dia, ao  fim de um tempo, conclui que tenho que dar algum valor a mim própria e para de ser sempre eu a correr atrás das pessoas, as pessoas têm que perceber o valor que tenho, se é que alguma vez o tive, e fiz dessa conclusão, geral.
A traição/desilusão é algo a que me acostumei ao longo da vida, se as pessoas querem ser egocêntricas, e no seu mundo viverem a ilusão que os outros é que estão errados, então vivam assim, pelo menos posso viver sabendo que dei o meu melhor ate ao ultimo momento e que fiz tudo o que podia para que as coisas não se desmoronassem, mas qualquer relação saudável (seja amizade ou amorosa) não funciona a ½, é preciso 2/2 para que esta funcione, e as vezes as pessoas só precisam de espaço.
Tive muitos amigos, perdi muitos amigos, tive as minhas desilusões e ainda as tenho, como QUALQUER pessoa do mundo.
Os meus amigos sabem que estou e sempre estarei sempre a uma chamada de distância de ir a correr para os acudir em qualquer situação, e fico feliz por saber que tenho laços como estes, pouca gente pode dizer isso, não é?
O que vale é que com o passar do tempo nós crescemos e nos habituamos a ver o que devemos ou não fazer, e a que devemos ou não dar valor.
Não podemos estar a espera que os outros façam por nos o que nós fazemos por eles. Não podemos estar a espera que as pessoas aceitem a ideia (por muito que esta seja verdadeira) que fazemos algo só para os vermos felizes.
E é pena, mas é o que é. O mundo gira e o tempo passa e não pára à espera que nós no interiorizemos destes factos.
Há uns dias li um “poema” e decidi deixá-lo aqui, para quando passar por este post me lembrar daquilo que faço. Tomo isto como um conselho para mim própria, e a muita gente por ai.

Não digas tudo o que sabes…
Não digas tudo o que sabes.
Não faças tudo o que podes.
Não acredites em tudo que ouves.
Não gastes tudo o que tens.
Porque:
Quem diz tudo o que sabe,
Quem faz tudo o que pode,
Quem acredita em tudo o que ouve,
Quem gasta tudo o que tem,
Muitas vezes diz o que não convém,
Faz o que não deve,
Julga o que não vê,
Gasta o que não pode.
(Provérbio Árabe de Autor Desconhecido)

Não tenciono voltar a fazer demasiado por ninguém a não ser pelos meus amigos chegados, não digo que não vou fazer nada, até porque era anti-natural para mim não fazer nada, mas não será comparável ao passado, nem por sombras… embora ache que os seres vivos sejam mais valiosos que qualquer outra coisa, e as pessoas sejam seres vivos, logo, por consequência estas valham muito, não muitos não valem metade do que já dei. A essas pessoas espero k um dia se apercebam das realidades, e se tornem imparciais na sua maneira de pensar; aos meus amigos, Obrigada por serem constantes.